O uso do Employer Branding como ferramenta na retenção de talentos não é nada tão novo quanto parece. Seja para retenção ou captação de novos talentos, o conceito surgiu ainda em 1990, colaborando para pensar a gestão de recursos humanos sob outra perspectiva.
Para ilustrar, um estudo publicado em 2016, chamado “Linking Workplace Best Practices and Organizational Financial Performance“, mostrou que os profissionais que possuem maior bem-estar na empresa apresentaram aumento de 235% em produtividade.
Ou seja, as organizações que apostam em valorização da sua força de trabalho conseguem melhores resultados, dentre eles, retenção de talentos, já que os colaboradores enxergam positivamente a marca empregadora.
A retenção de talentos e os colaboradores atuais
O desafio para retenção de talentos já começa quando pensamos a partir das novas gerações, pois, em grande parte, a força de trabalho já traz o chamado Millenials para as organizações.
A partir dessa geração temos grandes diferenças em comparação à força de trabalho de algumas décadas atrás, principalmente em relação ao que procuram em uma empresa.
Por exemplo: valores como a qualidade de vida estão presentes nas prioridades desses novos colaboradores, além do desejo de alcançar crescimento pessoal por meio de capacitação e da experiência em boas empresas.
Além disso, a maioria desses candidatos procuram informações antes de entrar para a empresa, o mesmo vale após sua contratação. Esse grupo possui critérios para permanecer, sendo que, ao encontrarem locais mais atrativos, acabam por pedir demissão.
Nesse contexto entra o Employer Branding, de modo a colaborar para imagem da marca como empregadora, seja online ou no dia a dia dos colaboradores. Tudo através de estratégias específicas.
O Employer Branding
O Employer Branding, ou Marca Empregadora, foi um conceito criado especialmente para ajudar na retenção desses talentos e também na hora de captar bons colaboradores.
Ele visa construir uma reputação, bem como fazemos com os clientes, mas desta vez diretamente para candidatos, a fim de encontrar profissionais qualificados e reter esses talentos, colaborando para diminuir, por exemplo, a alta rotatividade de alguns cargos.
E apesar de não ser tão recente, como vimos antes, está em alta, justamente por conta das necessidades atuais em torno da força de trabalho.
Um ótimo exemplo do impacto disso é quando visualizamos empresas formadas por jovens empresários, principalmente àquelas mais modernas, que possuem toda uma configuração diferenciada, como colaboradores trabalhando descalços, com seus pets, sem uniformes, enfim.
É o tipo de iniciativa que deixa a empresa atrativa para os funcionários, já que os deixam à vontade durante a jornada de trabalho, o que ajuda a trazer bons resultados e manter esses talentos na empresa.
O foco não está unicamente no salário, mas no que a empresa pode oferecer em relação à qualidade de vida e crescimento pessoal para esse empregado.
Exemplos de estratégias do Employer Branding
Uma estratégia de Employer Branding apenas será bem-sucedida se o gestor conhece bem a empresa, seus valores e missão. Isso ajuda a promover uma cultura organizacional, para que a identidade da empresa seja uma das ferramentas para construir uma marca empregadora.
Outra cenário mais orgânico é o próprio feedback dos seus funcionários, pois a imagem da marca como ótima para trabalhar vem principalmente deles, semelhante a um marketing boca a boca. Afinal, são os que experimentam na prática isso, um ótimo exemplo são empresas que possuem essa fama de atrativas para funcionários, como o próprio Google.
Mais uma estratégia seria o Culture Code, que é um documento que conta a história da sua empresa, sua cultura e valores, como chegou, onde está, enfim.
Seja na distribuição dos novos funcionários ou mesmo em forma de postagem online, é importante mostrar um pouco mais sobre a empresa a fim de alcançar identificação com os funcionários.
Esses são alguns exemplos de estratégias, pode ser que a sua empresa necessidade de um novo olhar para se mostrar atrativa aos colaboradores ou apenas algumas mudanças, cabe ao gestor pensar a partir dessa perspectiva.
Esses são apenas alguns exemplos de ações. Mas, é importante ressaltar: Employer Branding não deve ser visto como um projete com começo meio e fim. É um conjunto de ações que devem ser aplicadas com recorrência e atenção. Essa é a ótica correta para o Employer Branding. E, mais que isso, é o caminho para construir uma Marca Empregadora de sucesso.
O papel do RH para retenção de talentos
Vimos que reter talentos pode ser um desafio maior do que recrutar esses bons colaboradores, porém, uma vez adotado o Employer Branding, facilitamos o trabalho do RH.
Isso vale tanto na hora do recrutamento, quanto para manter os funcionários contratados, já que há todo um trabalho interno para que a equipe se sinta bem na empresa.
O próprio recrutamento passa a ser ainda mais específico, já que temos toda uma identidade da marca, então, se há contratação de perfis mais próximos disso, maiores as chances de retenção.
O que é atrativo para o RH, inclusive, já que a baixa rotatividade dos colaboradores significa menores custos, energia e tempo nesse trabalho.
E se houver resistência dos gestores na hora de criar estratégias da marca empregadora, basta mostrar em números os resultados desse trabalho.
Afinal, são estratégias que visam uma relação ganha-ganha, já que um bom ambiente de trabalho ajuda a aumentar a produtividade da empresa, gerando maiores lucros.
Os benefícios da retenção de talentos por meio do Employer Branding
Todos os setores ganham com a cultura organizacional voltada para o bem-estar dos funcionários, desde os diretores até os próprios colaboradores.
Por isso hoje se fala tanto sobre Employer Branding, pois, ao mesmo tempo em que a força de trabalho tem maior interesse em se especializar, também tem maior critério na escolha de seu local de trabalho.
E mesmo que seja necessário investir em reforçar a imagem da sua marca, os resultados extremamente compensadores, uma vez que a empresa chega a um ponto em que os próprios funcionários ajudam a divulgar a atratividade da marca como empregadora.
O uso do Employer Branding como ferramenta na retenção de talentos nada mais é do que um conjunto de estratégias de acordo com o cenário atual. Bem como as perspectivas dos profissionais mudaram, muda-se também a postura desse empregador. Temos então a expectativa de que as empresas ofereçam um ambiente interessante e em troca ter bons talentos e resultados satisfatórios para a organização.