Você tem dificuldade em analisar às métricas financeiras na sua startup? Afinal, ter um controle dos indicadores é importante para qualquer negócio, especialmente em um assunto tão delicado quanto o financeiro. De acordo com uma pesquisa feita pela CB Insights, que analisou 101 falências em startups. Ficar sem dinheiro é o segundo maior motivo para problemas para as startups.
É uma conclusão bem óbvia, já que enquanto a startup está começando e durante toda a sua operação, é preciso bastante investimento. Por outro lado, se o dinheiro não está entrando, o modelo se torna insustentável. Logo, é crucial ficar atento às métricas financeiras, de modo a perceber os sinais de problema e encontrar oportunidades de melhoria.
Se você quer mais informações sobre ter um controle de indicadores financeiros mais eficaz, continue lendo o post. Apresentaremos 8 métricas financeiras para você aplicar no seu negócio.
1 – Burn rate
Burn rate é, essencialmente, uma métrica que permite calcular o tempo que um negócio leva para atingir o break even. Ele é o resultado do fluxo de caixa e ocorre quando a empresa está gastando mais do que arrecadando. O problema é que este é cenário muito comum nas startups. Afinal, no início das atividades é preciso se estabelecer no mercado e fazer investimentos para alcançar clientes, sem necessariamente ter a renda que o compense.
Portanto, saber o burn rate ajuda a identificar o quanto de dinheiro a empresa está “queimando”. A partir disso, é possível ter uma noção de quanto tempo o investimento vai aguentar, indicando quando é preciso ter lucro ou receber uma nova rodada de investimentos.
Para saber esse tempo, é usada a métrica conhecida como Months of Cash Left. Ela pode ser traduzida como meses de dinheiro restantes e mostra quanto tempo a empresa continua funcionando com o valor em caixa.
Vale ressaltar que essas métricas, assim como todas as outras, precisam ser ajustadas constantemente.
2 – Renda mensal e anual recorrente e a taxa de cancelamento
Muitas startups têm um modelo de renda recorrente baseado em planos ou assinaturas. É uma opção bem vantajosa, pois permite a projeção de receitas com certa facilidade, por meio das métricas acima.
É possível combiná-las com outra métrica importante, o churn rate, que é a taxa de cancelamento. É natural que você tenha um volume mínimo de cancelamentos ao mês, o que significa que é preciso acompanhar tendências. A meta deve ser puxar a tendência para diminuir e, caso aumente, é um sinal de alerta.
3 – LTV ou Life Time Value
Essa métrica pode ser traduzida como valor vitalício, sendo uma projeção do quantos clientes contribuem para o faturamento da empresa ao longo da relação já estabelecida. Também é uma ferramenta de projeção importante, mas traz outras vantagens.
O LTV é uma forma de ajudar a tomar decisões sobre os clientes e a forma como eles são abordados. Por exemplo: ao investir no relacionamento com o público, você vai se focar mais na parcela que traga o maior retorno, especialmente no longo prazo. Essa métrica ajuda você a:
- Definir orçamentos de campanhas e ações de marketing;
- Projetar a receita nos próximos meses;
- Identificar problemas de gastos incompatíveis com os recebimentos;
- Trazer novas oportunidades que, até então, não eram possíveis.
4 – CAC, o custo de aquisição do cliente
Complementando o indicador anterior, o custo de aquisição do cliente é o quanto você gasta para trazer um cliente novo para sua empresa. Logo de cara, você tem uma comparação simples: se o CAC é maior que o LTV algo está muito errado. Ou seja, você está gastando mais do que o cliente traz em receita durante todo seu ciclo de vida.
Também é uma métrica muito importante estrategicamente. Ao comparar com o LTV, você tem mais uma forma de projetar gastos com o marketing para sua startup, podendo fazer alterações quando necessário. Se ela for muito alta, por exemplo, pode procurar fazer cortes.
5 – ROI ou Retorno no Investimento
O ROI é crucial para uma startup, pois permite o crescimento sustentável. A sigla significa Return on Investment, ou Retorno no Investimento, e é um indicador que mostra exatamente o que parece. O quanto de retorno financeiro determinada ação trouxe para sua empresa.
Para uma startup que está crescendo, é essencial. O ROI permite que você se foque nas ações mais rentáveis, gastando o dinheiro da forma mais inteligente possível. Ou seja, é uma forma de fazer projeções e tomar decisões mais bem embasadas.
6 – Margem de lucro
A margem de lucro é o quanto você ganha de lucro a cada venda de produto. É uma métrica crucial para empresas que trabalham com esse modelo, pois ajuda na precificação. Trazer um preço competitivo é uma estratégia comum para as startups, mas se você baixar demais e comprometer a margem de lucro, pode estar colocando sua empresa em risco.
Não existe um padrão na aplicação da margem de lucro, tudo depende do seu modelo de serviço e da estratégia que sua empresa adota. Por exemplo, no varejo, a margem de lucro costuma ser de 4%, em média, e na prestação de serviços ela gira em torno de 20%.
7 – TCO (Total Cost of Ownership)
O Total Cost of Ownership é muito usado por startups. Conhecida como custo total de propriedade, é uma avaliação de todos os custos, diretos e indiretos, envolvidos na startup.
Também é uma informação crucial para conseguir novas ondas de investimento, pois você sabe mais precisamente quanto precisa. Quem está colocando dinheiro em uma startup quer saber exatamente porque o está fazendo, e esse indicador traz uma resposta mais precisa.
8 – CPV e CSP (Custo de Produto Vendido e o Custo de Serviço Prestado)
O Custo de Produto Vendido e o Custo de Serviço Prestado ajudam os empreendedores a saber o quanto é gasto nos processos produtivos e de prestação de serviços. São métricas bem completas e que ajudam a reconhecer o que fazer para otimizar os retornos.
Pode ser que seja necessário diminuir os custos ou aumentar os preços para ter um modelo verdadeiramente sustentável. É uma métrica crucial para startups, especialmente já que é muito comum pivotar o rumo do negócio.